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08 fevereiro 2010

NÃO DEIXE O MEDO PARALISAR VOCÊ-   Tenho a sensação de que muitas pessoas vêm para este mundo com um carro de fórmula 1 nas mãos, mas o conduzem como se fosse um calhambeque caindo aos pedaços. Em vez de dirigirem de maneira compatível com o potencial do carro, ficam o tempo todo preocupadas em evitar acidentes. Elas têm potencial para voar como um avião supersônico, mas sobrevoam a vida como um teco-teco. Pilotam com medo de se perder em vez de aproveitar a força de seu potencial. Dessa maneira, desprezam o talento que têm e jogam no lixo as chances de se realizar.
São pessoas que se sentem derrotadas antes mesmo de avaliar se têm ou não condições de encarar um desafio. Escondem-se atrás de uma postura medrosa para se defender de qualquer conseqüência indesejável. O medo de ousar as aprisiona nas gaiolas de sempre: não têm coragem de se aventurar em lugares onde podem encontrar valiosas oportunidades.
Para lidar melhor com essa desagradável sensação, é importante reconhecer que o medo exerce papel importante em nossa vida. Ele é um aviso que nosso cérebro dá para nos proteger. É porque sentimos medo que fomos capazes de fugir de nossos predadores e garantir a sobrevivência da espécie. Com essa simples explicação, fica fácil entender por que o medo sempre exerceu papel fundamental na evolução humana.
Nosso cérebro deve garantir nossa sobrevivência a qualquer preço. E ele, às vezes, exagera: avisa-nos de situações de perigo mesmo quando tudo está tranqüilo. Diante de qualquer barulho estranho, ele nos prepara para a fuga, como um peixinho no lago que ouve passos na margem. Se suspeitar de qualquer imagem ameaçadora, ele nos faz fugir, como os passarinhos quando vêem um espantalho no meio do milharal.
O problema é que, ainda hoje, nosso corpo reage diante de uma situação nova como reagia a um predador. Assim, nosso cérebro pode interpretar como ameaça um novo amor, um novo emprego, uma nova cidade, uma nova casa, um novo jeito de compreender o mundo. O cérebro nos avisa durante o tempo todo de que há perigo e, assim, consegue garantir nossa sobrevivência.
O detalhe é que já não vivemos no mesmo ambiente de nossos ancestrais e esses avisos, às vezes, ocorrem em situações que não apresentam nenhum risco para nossa sobrevivência. Lembre-se: o cérebro tem o papel de garantir a sobrevivência, mas se você quiser realmente viver em plenitude terá de conversar com sua consciência para que ela tranqüilize o cérebro, evitando o medo excessivo. Nesse caso, precisamos estar muito conscientes para distinguir nossas emoções e saber que, muitas vezes, elas não correspondem à realidade.
Não deixe o medo paralisar você. O medo desnecessário o faz sentir-se pequeno diante das circunstâncias, mas muitas vezes você reage assim porque não está plenamente consciente de suas capacidades. Você se sente dentro de um calhambeque, mas está em um carro de fórmula 1. É por isso que uma das atitudes mais importantes a tomar quando nos sentimos dessa maneira é encarar diretamente o medo. É assim que a gente se torna poderoso.
Se você ficar paralisado diante do medo, ele só vai crescer. Mas, se o enfrentar, vai compreender que as situações que mais nos apavoram são aquelas que, se nos dispomos a enfrentar, têm muito a nos ensinar. É como se o medo, além de nos alertar para um risco potencial, exercesse outro papel sobre nosso organismo: o de chamar nossa atenção para algo que é nosso, mas que nos é desconhecido e precisa ser descoberto. Algo escondido na situação que tanto nos apavora.
Existe uma história muito bonita que ouvi na Índia e pode nos ensinar muito sobre o medo. Em meio a tantas doenças e turbulências que atingiram a humanidade durante a idade média e levaram à morte milhares de pessoas, havia um país em que todos viviam felizes. Um belo dia, o rei desse país recebeu duas visitantes ilustres: a peste e a morte. As duas foram pedir autorização para entrar no reino. O monarca se negou de imediato, a permitir a entrada de ambas. Elas, no entanto, o advertiram de que não havia escolha, precisavam entrar no país de qualquer jeito. Muito esperto, o rei resolveu negociar com as duas:
— Nos outros países vocês mataram mais de 12 mil pessoas, e isso eu não posso permitir. Mas, se me prometerem matar apenas dez, eu deixarei que entrem.
— Dez não! — responderam as duas em coro.
E a negociação prosseguiu durante horas. Enquanto as damas tentavam aumentar o número de vítimas, o rei procurava reduzi-lo até que chegaram a um bom acordo: apenas 200 pessoas morreriam. Satisfeito com a negociação, o soberano abriu as portas do país à peste e à morte. No primeiro dia, 50 pessoas foram atingidas. No segundo, mais 100. No terceiro, 200. E assim por diante. Dia após dia o número de mortes aumentava em proporção geométrica. Furioso, o rei foi tomar satisfação com as duas no momento da despedida:
— Vocês mentiram para mim! Como puderam agir dessa forma?
— Por que está dizendo isso? — respondeu a peste.
— Ora, vocês disseram que só matariam 200 pessoas e, no entanto, mais de 12 mil vidas foram sacrificadas.
Com a tranqüilidade que lhe é característica, a morte respondeu:
— Mas nós cumprimos nosso trato. Só matamos 200 pessoas. As outras morreram de medo.
Ouça seu medo, mas não deixe que ele domine você!
Fonte: Roberto Shinyashiki

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